quinta-feira, julho 06, 2006

memória

As memórias são coisas estranhas: editamo-las como falsas fotografias em que queremos acreditar, ou deixamo-las latentes e subterrâneas durante muito tempo. Eu, por exemplo, descobri em mim memórias tuas que não sabia que tinha: chegares uma vez debaixo de chuva para me ajudares a escolher uns óculos; ou antes, muito antes (não sabia ainda o teu nome) ver-te desenhar, a mão nunca apoiada no papel, sentado à minha frente nas mesas grandes da biblioteca velha da faculdade.

1 comentário:

Anónimo disse...

que memórias tão doces, tão cheias e tão plenas, que me transportaram para locais que não conheço e que me fizeram imaginar pessoas que desconheço.