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A história dos barcos na família vem de trás; o mar foi smpre ganha-pão na terra onde nasci, e de ambos os lados da família, até à minha geração, há gente de mar. O meu começou a fazer barcos em garrafas com o meu avô - pai da minha mãe - e este aprendeu mais ou menos sozinho. Lembro-me de ir com ele ao Museu ver o exemplar que lá havia; lembro-me de haver um tio-avô distante que os fazia, mas já não sei quem pudesse ser. O primeiro barco ficou pronto ao fim de uns meses, mas teve que ser colocado numa garrafa de ginja, com um gargalo excepcionalmente grande. Ao fim de uns anos, o avô fazia-os em 28 horas... e com uma precisão muito distante daquela que o primeiro deixa adivinhar. Em Ílhavo havia uma Escola de Artesanato, onde eu passava as tardes com os meus avós. A avó Tina experimentava várias cisas, desde as estatuetas de barro à renda de bilros; e eu, arrumados os cadernos, trabalhava também.
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A Escola de Artesanato fechou ao fim de alguns anos. Era um projecto interessante, embora na altura tivesse poucas pessoas a trabalhar, ainda menos a aprender. Será que agora poderia ter um outro fim?
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