Olho para a máquina, o cabelo caído cobre-me parte do rosto; um sorriso e não apenas nos lábios, tudo o que é visível em mim sorri (e ao sorriso não é alheia a presença ao meu lado, olhando para a máquina também). O meu rosto: sem marcas.
(No dia seguinte começaram a aparecer, e algumas ficarão pra sempre.)
Umas das razões que sempre dei para não furar os lóbulos das orelhas era o desejo de não ter marcas no corpo: marcas que me agarrassem (comprometessem) com um tempo ou desejo qualquer. (Argumento vazio: basta olhar para os meus braços.) Agora a infância passada (e a adolescência, céus, para quando a adoslescência?), o meu rosto finalmente marcado, e nem é tristeza que sinto, antes expectativa, como no abrir de uma nova estação.
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